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Parceria visa buscar talentos e sinais de dotação

09/07/2010

 

Por meio de uma parceria entre o campus local da Unesp, Secretaria Municipal da Educação e Diretoria Regional de Ensino, Assis pode passar a contar em breve com um projeto destinado exclusivamente ao reconhecimento, identificação e atendimento aos alunos com sinais de dotação e talento, ou em resumo, conforme a idealizadora do projeto, a professora Zenita Cunha Huenther, ao atendimento de alunos com capacidades especiais: “Não estamos falando de habilidades, mas sim de capacidade acima da média para uma ou mais coisa, uma vez que habilidades todos possuem, mas capacidade acima do potencial considerado normal, é algo que precisa ser observado e reconhecido para que só após este primeiro passo, esta criança ou adolescente possa estar recebendo o atendimento desejado e principalmente, esperado por ela”, disse a pesquisadora ontem, durante visita à cidade.

Segundo ela, o que chamamos de “capacidade especial” é algo genético, que já nasce com a pessoa, sendo possível desde cedo observar nesta criança um nível maior de inteligência, criatividade ou mesmo uma habilidade motora acima da média de outras crianças: “Mas esta capacidade pode ou não se desenvolver, pois isso irá depender de muitos fatores, inclusive do meio em que esta criança ou adolescente vive, já que é comum observarmos pessoas com grande capacidade em diversos campos, mas que infelizmente acabaram desenvolvendo esta capacidade para o mal”, e completa a pesquisadora: “E isso acontece justamente por falta de uma metodologia disposta a trabalhar com estas crianças e adolescentes consideradas até mesmo em sala de aula acima da média, uma vez que no Brasil se trabalha para atingir a média, não havendo um atendimento especial para estas pessoas acima da média, que muitas vezes, em especial nas salas de aulas, são obrigadas a se retrair, somente para seguir o resto da turma, o que acaba causando-lhe prejuízo, pois desta forma as suas maiores capacidades não são desenvolvidas corretamente”, disse.

Dentro da Unesp de Assis, onde as discussões sobre o projeto tiveram início até aglomerar o apoio dos órgãos responsáveis pelo gerenciamento da educação municipal e estadual na cidade, o interesse pelo tema teve início, segundo informa a professora Carina Alexandra Rondini Marretto, do departamento de psicologia experimental e do trabalho, no ano de 2008 durante a IV Jornada de Educação Especial, que aconteceu no campus da universidade em Marília, onde o tema foi amplamente debatido: “Naquele momento, com o interesse de duas alunas de graduação do curso de Psicologia, nascia o primeiro grupo para discussão do tema em nossa cidade, sendo que três meses depois, outras três alunas passaram a integrar o grupo, desenvolvendo o projeto de identificação, em um trabalho que durou um ano e meio”, explica a professora Carina.
No ano seguinte, ainda segundo a professora da Unesp/Assis, a sua equipe apresentou um estudo bibliográfico sobre dotação e talento, no XVI Congresso de Iniciação Cientifica, realizado em São José dos Campos e no III Congresso Brasileiro de Educação Especial, em São Carlos.
“Em 2009 realizados um levantamento dos alunos com possível capacidade acima da média nas escolas da rede municipal e neste ano, este levantamento chegou nos colégios da rede estadual”, explica.
Agora, tem início, como informa Carina, a parte pratica de montagem de uma equipe específica para atuar na cidade de Assis, sendo que um primeiro curso para treinamento e capacitação dos profissionais e voluntários interessados em trabalhar no projeto, foi marcado para os dias 20, 21 e 22 de setembro, quando novamente Zenita Huenther, responsável pela montagem do projeto em Lavras, onde o mesmo funciona desde 1991 e em São José dos Campos, estará na cidade, acompanhando e orientando pessoalmente a montagem da equipe e a seleção das primeiras crianças a adolescentes a serem atendidos.
“Pelos levantamentos da Unesp, um total de 120 alunos das redes municipal e estadual de Assis foram considerados como portadores de capacidades especiais, mas este número tende a cair, quando iniciarmos mesmo a triagem daqueles que serão convidados a participarem do projeto, devendo este percentual de queda ficar entre 20 e 25%, até porque iremos identificar alguns que realmente não possuem uma capacidade especial como a apontada e outros, que não vão se interessar pela nossa proposta e deste projeto apenas participam crianças e adolescentes que assim o querem”, explica Zenita.


Outro ponto citado pela idealizadora do projeto, diz respeito à equipe de trabalho, que segundo ela deve ser totalmente comprometida com o desenvolvimento do mesmo e acima de tudo, possuir mente aberta, ser livre de preconceitos e principalmente gostar de aprender e ser inovadora, inspiradora: “O professor tem que inspirar o aluno, pois apenas desta forma, sabendo que o educador, está ali dando o melhor de si é que o aluno também dará este melhor, pois o aprendizado e o ensinamento não são apenas para o aluno, mas para os dois e daí entra a capacidade que o professor que for se interessar em atuar neste projeto, precisa ter em sua vivencia, em suas relações humanas, pois ele jamais poderá se esquecer, que dentro da nossa metodologia de trabalho, o amor e  o respeito ao outro, são peças, são combustíveis principais desta grande engrenagem, desta grande família”, disse Zenita.

Para a secretária da Educação, Ângela Canassa, a implantação em Assis desta nova metodologia educacional, que tende a trabalhar nas crianças e adolescentes o despertar e o fluir de suas capacidades especiais, trará grandes benefícios para todos. Contudo, ela lembra que para isso seja alcançado, é essencial a participação dos pais, das famílias dos alunos.
“É uma grande engrenagem e para que tudo funcione de acordo, todos precisam estar unidos em busca de um único objetivo, o bem estar destas nossas amadas crianças e adolescentes, pois eu concordo quando a Zenita diz que a educação não deve ser um privilégio de ninguém em especial, mas um direito de todos, pois pessoas com deficiências físicas ou mentais têm direito a ela, o mesmo acontecendo com pessoas ditas normais e sendo assim, pessoas com talentos específicos também tem direito a educação, pois todas podem dar sua contribuição para a dignificação da própria vida e da vida de seus semelhantes, mas é impossível ignorar que algumas pessoas possuem habilidades e talentos específicos, sendo em função destas pessoas, que este seu projeto foi criado”, conclui Ângela Canassa.

Fonte: Assessoria - SME


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