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Projetos ultrapassam os 200 atendimentos na Ficar

18/10/2010

 

Quem chega ao Parque de Exposições Jorge Alves de Oliveira, o recinto da Ficar, nem imagina que naquele local funciona um projeto desenvolvido pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal da Educação de Assis, o Centro de Equoterapia, que atualmente atende a uma clientela de quase 100 assistidos, entre crianças e adolescentes, num total fixo acima de 90, fora outros atendimentos rotatórios.

Tal projeto, como lembra a secretária da Educação, professora Ângela Canassa, tem como objetivo proporcionar tratamento complementar ao atendimento educacional e ou clínico da pessoa com necessidade educativa especial, oportunizando condições de aprendizagem e   contribuindo com a melhora dos aspectos físicos, psicomotores, cognitivos e afetivos: “O programa de hipoterapia e educação/reeducação está voltado para um atendimento em que o cavalo atua como um instrumento pedagógico e cinesioterapêutico, sendo que possui como objetivos específicos, a melhora do equilíbrio, coordenação Motora, postura, adequação do tônus muscular-relaxamento ou aumento do tônus, alongamento e flexibilidade muscular, alem da dissociação de movimentos, melhora nos padrões anormais através da quebra dos padrões patológicos, melhoria da consciência corporal, respiração, circulação, integração dos sentidos, funções intelectivas ( cognição), melhoria do próprio apetite, digestão e deglutição, além é claro, da autoconfiança/auto-estima e aumento do interesse pelo mundo exterior”, cita Canassa.

Por meio de um trabalho envolvendo cerca de vinte profissionais, entre professores de educação física, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, pedagogos, além de instrutores de equitação e condutor terapêutico, os assistidos pelo projeto passam por uma avaliação após o término de cada sessão, onde é feito o registro das atividades realizadas, sendo que há ainda reuniões semanais da equipe, para acompanhamento do trabalho desenvolvido, sendo que tudo depois é passado aos pais ou responsáveis pelos assistidos pelo projeto.

As instalações do centro de equoterapia são bem cuidadas e com isso, o espaço do antigo recinto da Ficar acaba sendo reaproveitado em favor da comunidade como um todo, uma vez que o projeto, considerado modelo de atendimento, traz diversos benefícios para todos quantos dele necessitem, sendo que uma rampa postada no centro de uma pista coberta, facilita a montaria de praticantes com algum tipo de deficiência, enquanto que nas cocheiras ao lado, até mesmo as crianças e adolescentes assistidos escovam e ajudam a preparar os cavalos que vão utilizar nas sessões, o que aumenta ainda mais o interesse dos mesmos pelo trabalho e de forma decisiva, aumenta a auto-estima e confiança dos mesmos, na medida em que acabam participando ativamente de todo o processo.

“É um projeto que a Prefeitura Municipal olha com muito carinho, uma vez se tratar de um trabalho que traz tanto benefícios para a população”, destaca Ângela Canassa.

Sobre o funcionamento pratico do projeto, a secretária explica que após serem encaminhadas, as crianças passam por uma avaliação individual para investigar limitações e potencialidades, tanto nos aspectos físicos, psicológicos, pedagógicos e sociais, além de uma avaliação médica, sendo que apenas após este processo de avaliação é elaborado um roteiro para o decorrer das sessões, podendo ser as sessões, individuais ou em grupo.

Ainda segundo ela, a clientela atual de 92 assistidos pelo programa que se destina a atender em caráter interdisciplinar na área de educação e saúde pessoas com necessidades educativas especiais, possui alunos das salas de recursos ( D.A., D.V., D.F. e D. I), salas de apoio, alunos autistas, alunos das salas regulares com indicação terapêutica de encaminhamento para o projeto, além de alunos com deficiência física atendidos em entidades do nosso município: “É um trabalho árduo onde os profissionais realmente precisam estar engajados no objetivo único que é sempre estar oferecendo o melhor de si, ou seja, todos os assistidos necessitam do nosso máximo e é exatamente isso o que sempre pedimos para a nossa equipe de trabalho, toda a dedicação possível”, disse Ângela Canassa.

Ainda segundo ela, o programa de educação e reeducação em que o cavalo atua como instrumento pedagógico adotado em Assis, possibilita que o praticante, no caso o aluno assistido, até possa exercer certo controle sobre o animal, dependendo desta forma, menos dos profissionais que estão ali para lhe auxiliar, mas é claro, lembra Canassa, dependendo em primeiro plano, do grau de deficiência do aluno, uma vez que para tentar possuir qualquer controle sobre o animal, ele necessita ter condições de assim agir.

O projeto assisense, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Educação no Centro de Equoterapia Thomaz Longhini Schincariol, trabalha com a hipoterapia, que é um programa essencialmente da área de saúde, voltado para as pessoas com deficiência física ou mental, sendo chamado em várias partes do mundo de hipoterapia, mas que também adota o nome especifico de equoterapia, sendo que neste caso o praticante não tem condições físicas ou mentais para se manter sozinho a cavalo. Portanto, não pratica equitação e necessita de um auxiliar-guia para conduzir o cavalo. Na maioria dos casos, também do auxiliar lateral para mantê-lo montado, dando-lhe mais segurança, sendo que a ênfase das ações é dos profissionais da área de saúde, precisando, portanto, de um fisioterapeuta, a pé ou montado, para a execução dos exercícios programados, com o cavalo sendo  usado principalmente como instrumento cinesioterapêutico.

Além disso, em Assis também se trabalha a Educação/Reeducação, que é um programa que pode ser aplicado tanto na área de saúde quanto na de educação/reeducação. Neste caso o praticante tem condições de exercer alguma atuação sobre o cavalo e pode até conduzi-lo, dependendo em menor grau do auxiliar-guia e do auxiliar lateral, sendo a ação dos profissionais de equitação de menor intensidade, embora os exercícios devam ser programados por toda a equipe, segundo os objetivos a serem alcançados, com o cavalo continuando a  propiciar  benefícios pelo seu movimento tridimensional e multidirecional e o praticante passa a interagir com o animal e o meio com intensidade.

Neste caso, o cavalo atua como instrumento pedagógico e o assistido não pratica equitação ou hipismo.

Durante as sessões de atendimento, um auxiliar-guia, responsável pela condução do cavalo e um auxiliar-lateral, que ajuda o praticante a se manter encima do cavalo, dando-lhe mais segurança, tornam-se peças fundamentais durante as sessões, em especial quando se trata de um praticamente que não consegue se manter sozinho sobre o cavalo.

BEIJA FLOR – Outro projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal da Educação no recinto da Ficar, é a Escola Beija Flor que inclusive no mês passado foi visitada por uma equipe da organização não governamental Lemann, que já acenou com a possibilidade de em breve tornar-se parceira do projeto: “Sem  dúvida que se trata de um belíssimo projeto e posso garantir que estou satisfeitíssima com a visita, pois o trabalho realizado me surpreendeu”. Esta foi a avaliação feita por Elizabeth Mac Nicol, da coordenadoria de projetos da Fundação Lemann, durante a visita feita ao projeto da Secretaria Municipal da Educação de Assis “Escola Beija Flor”, que funciona na Ficar e que contanto com uma equipe multidisciplinar, formada por professores do ensino fundamental, professores especialistas de Educação Física, Informática, Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Artes, Sociologia, Música e Artes Visuais, além de ajudantes de serviço, instrutores de ensino profissionalizante, dentistas e médicos (Secretaria Municipal da Saúde) e fonoaudiólogos e psicólogos (Unesp e Ser), além de um motorista, todos coordenados pela professora  responsável pelo projeto Isaura da Silva Leopoldo e pela professora responsável pela área administrativa do mesmo,  atende hoje 101 alunos, entre crianças e adolescentes.

Mac Nicol, que esteve na cidade, acompanhada da também representante da Fundação Lemann, Mila Molina e ainda da colaboradora da ONG, Susanna Sancovsky, elogiou em muito o trabalho executado em Assis e afirmou defender que o mesmo possa servir de modelo para todo o país: “Não podemos querer inventar ou reinventar a roda, pois ela já existe. Porém, podemos nos esforçar para melhorar o que já está aí, sem precisarmos ficar atrás de invenções novas ou receitas milagrosas e isso significa, copiarmos mesmo, trabalhos e programas que já demonstraram a sua eficácia, como o da escola Beija Flor, que eu acredito, pode ser implantado em outras partes do país, pois já comprovou os seus resultados”, disse Elizabeth.

 

 

Fonte: Assessoria - SME


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