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BURITI, autora conversa com professores da rede

01/10/2010

 

Professores da rede municipal de ensino que trabalham no ensino infantil e nas classes do primeiro ano do ensino fundamental, tiveram a oportunidade na noite desta quinta-feira, dia 30, de estarem em contato direto com Maria Virginia Gastaldi, autora dos livros da coleção do projeto Buriti Mirim, da editora Moderna, adotados a partir deste ano, tanto no ensino infantil, como no primeiro ano do ensino fundamental pela Secretaria Municipal da Educação.

Antes do encontro com os docentes, que aconteceu no teatro municipal, Gastaldi esteve na Secretaria da Educação, onde expôs para a secretária Ângela Canassa e equipe de supervisores e coordenadores de ensino, as novidades da nova coleção Buriti Mirim a ser usada nas salas de aulas a partir do ano que vem, bem como, abordou os temas referentes ao que mais tarde iria trabalhar com os professores, entre eles, os jogos simbólicos e tradicionais, que estão presentes na temática de trabalho pedagógico do projeto.

Já o teatro, por mais de duas horas ela conversou com os professores sobre o trabalho em sala de aula, além do que, ressaltou a importância dos educadores estarem realmente comprometidos em sempre oferecer o melhor para as crianças: “Até porque sem este comprometimento total por parte de vocês, de nada adianta ter em mãos um material atualizado e de qualidade reconhecida, como é o Buriti Mirim, da editora Moderna”, disse.

Aos presentes, ela disse que os jogos infantis como um todo, tem sido objeto, sobretudo nos últimos anos, de estudos, pesquisas e das mais diversas abordagens, sendo que a  importância do jogo no desenvolvimento da criança é uma questão fundamental dentro do currículo escolar, sendo que os professores, em especial do ensino infantil e no caso de Assis, também do primeiro ano do ensino fundamental, devem ter consciência da importância da necessidade de um espaço, tanto físico quanto temporal, para o jogo, a atividade acontecer.

Existem segundo ela, inúmeras relações de jogos, em que estes são classificados por faixa etária, por área de desenvolvimento, por tipo de estímulo, pela origem, pela utilização ou não de objetos etc. Existe também, lembra a autora, um tipo de classificação que se encontra na memória de cada um de nós, pois estes, são aqueles jogos que nossos pais e avós brincaram na infância, e

que nos transmitiram. “Jogos que não foram tirados de livros nem ensinados por um professor, mas sim transmitidos pelas gerações anteriores à nossa ou aprendidos com nossos colegas, ou seja, os  jogos que aconteciam na rua, no parque, na praça, dentro de casa

ou no recreio da escola, sendo estes jogos, chamados de tradicionais”, destaca.

Segundo ela, a presença dos jogos tradicionais dentro da atual proposta didática é de suma importância, pois devemos lembrar, em primeiro lugar, que os jogos tradicionais ilustram a cultura local e que o resgate da mesma é muito importante para a própria preservação do  nosso patrimônio lúdico, sendo que o jogo tradicional é memória, mas é também presente, pois se observarmos em detalhe o jogo da criança de hoje em comparação aos jogos infantis do começo do século, constataremos que existem, obviamente, grandes diferenças, sendo que a televisão e a tecnologia dos brinquedos modernos mudaram, sem dúvida, a brincadeira infantil e a falta de

espaço e de segurança nas ruas também modificaram algumas brincadeiras antigas, que tiveram de ser readaptadas, recriadas.

“Amarelinha, pião, papagaio, barra-manteiga, esconde-esconde e inúmeras outras brincadeiras estão hoje presentes na lúdica, muitas vezes sob uma outra forma ou

com outra denominação, mas o conteúdo continua sendo o mesmo e em segundo lugar, se faz evidente um aumento no consumo massivo de brinquedos, com conseqüência da evolução da indústria e da propaganda, sendo que como conseqüências imediatas disso, podemos observar que a  criança está mais voltada para o brinquedo-objeto e hipnotizada com a telinha e suas mensagens”, disse.

Contudo, ela  afirma que no Brasil,

particularmente nos níveis sócio-econômicos médio e baixo, onde o poder aquisitivo tende a diminuir e com ele a possibilidade de comprar brinquedos novos, esta situação vem-se modificando, sendo neste momento, entra o papel do professor, pois cabe o papel ao educador: despertar as crianças para a comunicação e a criatividade através do aprendizado dessas brincadeiras tradicionais, que são para elas, na maioria dos casos muito novas: “Qual a criança que frente a um pião, com toda a técnica que o seu uso implica, não fica admirada com este

novo-brinquedo-velho?  Finalmente, devemos destacar também, o papel fundamental que o jogo tradicional tem como instrumento para o desenvolvimento das capacidades físicas, motoras, sociais, afetivas, cognitivas e lingüísticas nas crianças. Para ilustrar esta afirmação, podemos tomar como exemplo, o jogo de bolinha de gude, pois se analisarmos o desenvolvimento

deste jogo poderemos classificá-lo como sendo um jogo de

regras, pois na transmissão das regras do jogo de bolinha, por exemplo, as crianças são primeiro influenciadas pelos seus pais, sendo singular notar que entre crianças de uma

mesma geração, dentro de um mesmo espaço, existem inúmeras maneiras de jogar bolinha e de um grupo para outro, mudam as regras, quando na realidade, originalmente a regra do jogo é simples, pois consiste em colocar algumas bolinhas num quadrado para depois pegá-Ias, deslocando-as por meio de uma bola maior que as demais e embora seja simples, essa brincadeira tem muitas funções úteis, como possibilitar à criança a aprendizagem de algumas regras morais, a obtenção de noções de espaço e tempo, o trabalho com noções de matemática e física, assim como a sua sociabilização através da cooperação

e da competição”, disse.

Outro ponto considerado importante pela autora do Buriti Mirim é a escolha do jogo que será trabalhado com a criança, pois ela entende que na hora da escolha, o mais importante é destacar qual é a sua função do ponto de

vista educacional e para tanto, o jogo deve responder aos interesses específicos das crianças, dar oportunidade para que as crianças o transformem, permitindo a sua

participação ativa, além de possibilitar uma avaliação da atuação das crianças nele.

“Se tivermos bem claros os objetivos para a educação pré-escolar e o jogo escolhido promover esses objetivos, a escolha tornar-se-á simples, pois iremos  desenvolver a autonomia através de relações seguras nas quais o "poder" do adulto seja reduzido o máximo possível, além de desenvolver habilidades de autonomia e coordenação de diferentes pontos de vista, despertar nas crianças a curiosidade, a atenção, o senso crítico, assim como a confiança e incentivar as crianças para a elaboração de idéias interessantes, questões e problemas, assim como propiciar oportunidades para que estabeleçam relações”, destaca.

Em relação ao jogo simbólico, ela destaca que o mesmo é a representação corporal do imaginário, e apesar de nele predominar a fantasia, a atividade psico-motora exercida acaba por prender a criança à realidade, pois na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o "faz de conta", mas quando expressa corporalmente as atividades, ela precisa respeitar a realidade concreta e as relações do mundo real, sendo que por essa via, quando a criança estiver mais velha, é possível estimular a diminuição da atividade centrada em si própria, para que ela vá adquirindo uma socialização crescente: “As características dos jogos simbólicos são, a liberdade de regras (menos as criadas pela criança), desenvolvimento da imaginação e da fantasia, ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança,  lógica própria com a realidade e assimilação da realidade ao eu”, lembra.  

No jogo simbólico, ela explica que a criança sofre modificações, a medida que vai progredindo em seu desenvolvimento rumo à intuição e à operação e finalmente, numa tendência imitativa, a criança busca coerência com a realidade, sendo que na pré-escola, considera a autora, o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que ela dê explicações coerentes a respeito de certas coisas, pois o  poder de fantasiar ainda prepondera sobre o poder de explicar. “Então, pelo jogo simbólico, a criança exercita não só sua capacidade de pensar ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc. Assim é que se transforma em pai/mãe para seus bonecos ou diz que uma cadeira é um trem, sendo por isso que devemos didaticamente devemos explorar com muita ênfase as imitações sem modelo, as dramatizações, os desenhos e pinturas, o faz de conta, a linguagem, e muito mais, permitir que realizem os jogos simbólicos, sozinhas e com outras crianças, tão importantes para seu desenvolvimento cognitivo e para o equilíbrio emocional”, afirmou a autora.

Sobre a nova edição da coleção Buriti Mirim, ela disse que a mesma procura abarcar as idéias contemporâneas de educação, as atuais demandas dos professores, a formação desses professores e o papel da família como parceira do processo educacional, assim como a especificidade da Educação Infantil, a criança pequena e seu pensamento, considerando todos esses importantes aspectos e dialogando com eles, sendo que na concepção e elaboração desta nova edição, a editora Moderna procurou dispor as orientações de forma mais visual, clara e completa, sendo que para o professor o novo material é composto do Guia e Recursos Didáticos, Livro de Histórias, Jogos Cooperativos, Caderno de trabalho pessoal, Caderno da Família, Caderno de cenários e peças cartonadas, sendo que os educadores encontrarão e localizarão rapidamente orientações para antes, durante e depois das atividades, para o trabalho com vocabulário e com a caixa de jogos e ainda mais sugestões e orientações para o trabalho com a caixa de jogos encartadas no caderno de cenários e um conteúdo digital composto de  músicas e jogos para o aluno, sendo que o principal objetivo de todo este novo material de apoio é garantir informações e suporte ao trabalho do educador.

A secretária da Educação, Ângela Canassa destacou a importância da visita da autora à cidade e lembrou que tais ações vem de encontro a proposta principal da Secretaria da Educação, que é sempre estar trabalhando na formação continuada da sua equipe e neste caso, oferecendo este momento impar que os professores do ensino infantil e primeiro ano do ensino fundamental tiveram de poderem estar conversando e debatendo diretamente com aquela, que é a autora dos livros com os quais eles, os professores, trabalham com os alunos em sala de aula: “E isso, sem dúvida irá resultar em uma melhora ainda mais na qualidade do serviço que estes profissionais oferecem hoje para as nossas crianças”, concluiu Canassa.

 

 

Fonte: Assessoria - SME


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