20/07/2010

No retorno das aulas, já a partir da semana que vem, a Secretaria Municipal da Educação, atendendo uma recomendação do promotor Carlos Henrique Aparecido Rinard, irá iniciar um trabalho de esclarecimento junto aos alunos, pais e outros responsáveis pelos mesmos, quanto aos riscos, danos carregar mochilas muito pesadas podem causar aos alunos.

Por meio do oficio encaminhado à SME, Rinard recomenda que seja garantido que o peso dos materiais transportados nas mochilas dos alunos não ultrapasse o peso sugerido pela Organização Mundial da Saúde que o de equivalente a 10% do peso dos alunos e que a Secretaria da Educação tome as medidas necessárias no sentido de viabilizar o uso correto das mochilas, desenvolvendo ações com o objetivo de orientar os pais e alunos sobre o uso correto da mochila, sendo que o indicado pela OMS é que as mesmas sejam transportadas com as alças nos dois ombros e não em um só, para que a carga fique distribuída pela região mediana central do corpo e não em apenas uma lateral do mesmo. Outra hipótese lembrada pelo promotor e considerada pelos órgãos de saúde como sendo a mais correta, é o uso de mochilas com rodinhas.

Sobre o assunto, a secretária da Educação, Ângela Canassa, disse que já estão sendo confeccionados folders explicativos sobre o tema, os quais serão distribuídos nas escolas, além de um vídeo institucional sobre o assunto, que circulará na internet, no site www.educacaoassis.com.br e também será apresentado nas escolas, aos pais, alunos e responsáveis.

Outra medida imediata será convidar médicos e especialistas da área, para irem até as escolas, em especial já neste inicio de aulas, para estarem pessoalmente reforçando as orientações, durante as reuniões com os pais dos alunos.

“Quero mesmo agradecer  o promotor Rinard pelo lembrete, pois é muito importante quando podemos observar que as nossas autoridades demonstram interesse e se preocupam com o bem estar das nossas crianças e adolescentes. Mas o apelo principal deve mesmo ser feito aos pais, para que eles realmente se mantenham atentos, observando com que peso na mochila, os seus filhos estão indo para a escola e principalmente, se as mesmas estão sendo transportadas da maneira correta, uma vez que todos nós sabemos dos malefícios e danos que o transporte incorreto pode causar para a saúde, não agora, mas no futuro, quando poderão aparecer em uma primeira fase, as tão temidas dores na coluna, que segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) atingem em alguma fase da vida 85% das pessoas e na maioria das vezes, exames indicam que aquela dor de agora, na verdade foi provocada por excessos na infância, adolescência e juventude, entre os pais, o transporte de muito peso”, disse Canassa.

CONSEQUENCIAS -

Segundo o site oficial da OMS, existe uma relação bem forte entre o excesso de peso na mochila com alterações e dores na coluna e alterações na marcha (caminhar). Médicos indicam que o peso da mochila deve ser 10% o peso da criança. Se a criança tem 30 quilos, sua mochila deve pesar 3 quilos. Mas essa não é uma realidade que não se vê entre os escolares da rede pública e particular.

O excesso de peso nas mochilas é um problema grave que, além de dores nas costas, tem conseqüências irreversíveis em longo prazo para crianças, como escoliose idiopática infantil, que mesmo sendo congênita pode ser agravada por estes maus hábitos, além de cifose, hiperlordose da coluna lombar, da artrose precoce e má postura.

Uma situação menos provável, mas que pode acontecer, é as mochilas pesadas lesionarem as placas de crescimento dos ossos. Neste caso, como as crianças estão em fase de crescimento, isso faz com que os pequenos deixem de crescer.

Essa questão tem que ser resolvida pelos alunos, pais e escola. Cada um fazendo um pouco, o peso das mochilas pode diminuir, e muito. Aos pais cabe a fiscalização. Verificar as mochilas para observar se os pequenos estão levando utensílios inúteis e discutir com a escola maneiras para que essa mochila fique mais leve, como a utilização de armários para crianças deixarem algum material no próprio local de ensino.

As escolas podem formar o horário dos alunos levando em conta não somente a disponibilidade dos professores, como também a quantidade de matérias que cada série terá por dia. Quanto menos matérias ao dia, menor será a quantidade de material que o aluno levará para a escola.

Mas os cuidados maiores ficam mesmo para as crianças. Uma boa medida são as mochilas de rodinha. A atenção fica para a altura da alça: a criança tem que ficar com a coluna retinha e não curvada para alcançá-la, pois uma alça mal regulada sobrecarrega o quadril e joelhos, o que pode causar inflamações e dor no crescimento.

A mochila carregada nas costas deve ser do tamanho da criança para ajustar-se bem à coluna e sem folga. A mochila solta pode puxar o corpo para trás e forçar os músculos, além de fazer a criança curvar os ombros para facilitar o equilíbrio. O fundo da mochila deve ficar apoiado na curva lombar da coluna. Nunca deve ficar a mais de 10 cm abaixo da região da cintura da criança.

As alças de ombro devem ser bem acolchoadas. Outro recado fundamental: nunca deixe seu filho levar a mochila numa única alça, isso sobrecarrega apenas um dos ombros. O material deve ser bem distribuído dentro da mochila. Os livros e cadernos mais pesados ficam bem rentes à coluna. Não deixe os materiais soltos na mochila, isso provoca movimentos de desequilíbrio e sobrecarga de impacto.

Uma parte do peso leve carregado na mão também ajuda a aliviar o peso. A troca de cadernos por fichário, levando apenas folhas novas à escola é outra dica.

Não esqueça que cuidando da mochila do seu filho você estará garantindo a saúde dele hoje e no futuro. O peso que muitas crianças carregam trazem patologias que com o passar dos anos tornam-se difíceis de tratar. Adotando regras simples podemos evitar um grave problema na fase adulta.

Fonte: Assessoria - SME